Chegando lá!

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Um dia difícil...e um filme maravilhoso!!




Foi na terça feira. Acordei tarde e já não tomei meu anti depressivo. Ás vezes esqueço de tomar, não dou muita bola mas sinto falta depois e protelo para o outro dia. Então, já comecei o dia meio atrapalhada. Passei a tarde jururu , sem graça, com uma inquietação na cabeça, o peito apertado...fui buscar minha filha no colégio e dei carona a uma mãe e seu filhinho que estuda lá e tem síndrome de down. Ela foi me contando sua história: É de outro estado, está morando num quarto na casa da sogra, num apartamento pequeno, não está trabalhando pois o menino precisa de atenção especial, o marido vive viajando pois o trabalho dele exige isso. Ela me contou que não tem nenhuma amizade aqui na cidade e eu disse que iria buscá-la um dia pra levarmos os pequenos ao shopping ou algum passeio assim. Fiquei balançada com a vida dessa moça: Uma criança especial, sem grana, morando de favor, com as coisas dela pelo chão do quarto, numa mala, vai buscar o filho de ônibus pois não tem carro e nem carrinho de bebê ela tem pra se deslocar com ele ( ele tem 2 aninhos somente). O menininho dorme de meia noite e acorda de 6 horas, é cardiopata...ai,ai...por que fico me envolvendo emocionalmente com as pessoas, quero ajudá-las, quero ser solidária se às vezes não aguento o tranco? Minha mãe sempre me diz :"-Não se envolva tanto com fulana, você não tem cabeça pra isso,blá, blá, blá... eu fico com raiva mas no fundo ela tem razão. Por fim , passei a noite péssima , cheia de náuseas, dor de cabeça, a mente "pesada", cheia de névoas...às vezes tenho medo de enlouquecer. Já tive mais, antes de minha filha nascer mas a verdade é essa: Sou fraca da cabeça.

Tenho que me cuidar, fazer exercícios físicos, cuidar da minha alimentação e tomar meus remédios....se vou conviver a vida toda com eles, nem sei mas uma frase tirada de uma carta que Clarice Lispector enviou para sua irmã Tania, simplifica esse meu conflito de tomar ou não tomar os remédios, de lutar ou conviver com meu transtorno alimentar, minhas depressões, toda essa minha fragilidade:

"Tania, não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma. Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso — nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro".

Engraçado que agora virou moda citar Clarice Lispector. Eu não sou grande conhecedora dda obra dela, longe de mim, mas como numa época amava ler biografias, li uma biografia de Clarcie e essa frase tanto chamou minha atenção que eu a grifei e nunca saiu da minha mente. E eis que agora ela é citada por tanta gente...coisas da internet...

Outro assunto, assisti um filme maravilhoso:" Namorados para sempre" ( o título em português é puramente comercial , no original, se chama "Blue valentine" recomendo, é meio pesado , denso, e mexeu muito comigo...acho que me identifiquei demais com a personagem de Michelle Williams, aliás, acho que a maioria das mulheres que tem anos e anos de casada como eu irão se identificar de uma forma ou de outra: Não é nada fácil catar os caquinhos de uma relação desgastadas pelos anos e pela rotina.

2 comentários:

Anônimo disse...

Vou ver esse filme.

Dric@ disse...

Os dias dificieis depois que passam nos deixam melhores, mais fortes e mais maduras.
A suposta "cabeça fraca" talvez seja sensibilidade pelo outro, pela dor, pela vida, pela existência.
Permita-se ser quem vc é com defeitos mas também com muitas virtudes sabendo que TODOS são assim.
Bjnhos e uma semana com novos planos (busque dentro de vc)